Muqueca da Ilha

12/04/2013 18:15

 

A vila do Ribeirão da ilha surgiu dentro de um processo de ocupação espontânea levado a efeito pelos primeiros colonizadores do sul do Brasil(1500-1760). Registra a história que os primeiros navegadores, tanto portugueses, como principalmente os espanhóis, aportaram a localidade a partir de 1506.

 

Foi contudo em 1760,como resultado da colonização açoriana estabelecida em função da provisão régia de 9/agosto/1747 de D. João VI- Rei de Portugal, que a vila é erguida oficialmente. Não guarda ela um volume expressivo de bens materiais de fundo  histórico ou arquitetônico. É todavia um conjunto, o único, ainda existente em Santa Catarina, e que se mantém fiel, e portanto, representativo, da presença açoriana no Brasil, e um traçado urbanístico segundo determinações da provisão retro referida.

 

As famílias Ribeironenses descendem basicamente de Alemães, Espanhóis, Africanos e, principalmente, açorianos.

 

No Ribeirão da ilha existem dois troncos de famílias(mais tradicionais) com o sobrenome "Silva", sendo um deles gerado por Sabino Feliciano da silva(1848-1921) grande empreendedor e proprietário de engenhos e entreposto comercial de atacados e varejo.

 

O filho de Sabino, João Câncio da Silva(1876-1931), herdou e administrou os negócios até que seu filho, Norberto Euclydes da silva (1900-1952), pudesse assumi-los.

 

Norberto, com seu espírito empreendedor herdado dos antepassados, deu continuidade ao engenho de café e alambique, porém, logo a seguir dedicou-se exclusivamente ao comércio tornando-se o mais forte comerciante da região até a década de cinquenta. Foi ele quem instituiu o primeiro transporte rodoviário do Ribeirão para o centro de Florianópolis, por volta de 1932. Este percurso era feito, pela maioria dos habitantes, à pé ou de bicicleta.

 

Com o falecimento de seu Norberto, assumiu a gerência dos negócios sua esposa Maria Francisca(1902-1986),também de origem Silva. Dona Chiquinha, como era carinhosamente conhecida, desenvolvia forte atividade política e exercia liderança religiosa. Em sua casa se hospedavam bispos e arcebispos em visitas pastorais. Falece Dona Chiquinha em 1986 e, a partir de então, os negócios são unicamente administrados pelo filho Djalma.

 

Djalma Euclydes da Silva(1931-1991) já era sócio de sua mãe no armazém e na distribuidora de bebidas Antarctica, através dos quais ficou muito conhecido em Florianópolis, mas no final de sua vida ele já havia se desfeito dos negócios.

 

Através de herança, o prédio onde funcionou o antigo armazém foi passado a um de seus filhos, Fábio Euclydes da Silva (1974), que locou o espaço para o funcionamento do “Restaurante Muqueca da Ilha”, a partir de 01/04/2009.

 

O restaurante preserva as características típicas do antigo armazém, possui uma coleção de garrafas de cerveja, alguns objetos antigos e proporciona um ambiente aconchegante que nos remete a épocas passadas e também saudosas. A gastronomia do local, especializada em frutos do mar e comandada pelo Chef Any, garante uma deliciosa refeição, e ao mesmo tempo se tem a oportunidade de conhecer e relembrar histórias de outras épocas. Com certeza é um cantinho especial desta ilha.